Читаем A Fúria dos Reis полностью

– Uma ideia amável, meu príncipe, mas sou apenas um cavaleiro e, além disso, velho demais. Poderia manter as terras dela durante alguns anos, mas, assim que morresse, a Senhora Hornwood voltaria ao mesmo atoleiro, e os pretendentes de Beth poderiam também ser perigosos.

– Então deixe que o bastardo de Lorde Hornwood seja o herdeiro – Bran sugeriu, pensando no seu meio-irmão Jon.

Sor Rodrik disse:

– Isso agradaria aos Glover e talvez à sombra de Lorde Hornwood, mas não creio que a Senhora Hornwood iria simpatizar conosco. O garoto não é do seu sangue.

– Em todo caso – disse Meistre Luwin –, essa possibilidade tem de ser levada em conta. A Senhora Donella já passou dos seus anos férteis, como ela própria disse. Se não for o bastardo, então, quem?

– Posso me retirar? – Bran conseguia ouvir os escudeiros treinando com as espadas no pátio lá embaixo, o ressoar de aço batendo em aço.

– Como quiser, meu príncipe – Sor Rodrik anuiu. – Esteve bem.

Bran corou de prazer. Ser um senhor não era tão entediante como temia, e a Senhora Hornwood tinha sido muito mais rápida do que Lorde Manderly, até lhe restavam algumas horas de dia para ir visitar Verão. Gostava de passar algum tempo com seu lobo todos os dias, quando Sor Rodrik e o meistre lhe permitiam.

Assim que Hodor entrou no bosque sagrado, Verão emergiu de debaixo de um carvalho, quase como se soubesse que eles estavam chegando. Bran vislumbrou um esguio vulto negro que também os observava de dentro dos arbustos.

– Felpudo – chamou. – Vem cá, Cão Felpudo. Aqui – mas o lobo de Rickon desapareceu tão rapidamente como havia surgido.

Hodor sabia qual era o lugar favorito de Bran e o levou para a margem da lagoa sob a grande sombra da árvore-coração, onde Lorde Eddard costumava se ajoelhar para rezar. Marolas corriam pela superfície da água quando chegaram, fazendo o reflexo do represeiro tremer e dançar. Mas não havia vento. Por um instante, Bran sentiu-se desconcertado.

Então, Osha surgiu de dentro da lagoa com um grande espirrar de água, tão subitamente que até Verão saltou para trás, rosnando. Hodor afastou-se aos pulos, gemendo “Hodor, Hodor”, consternado, até que Bran deu palmadinhas no seu ombro para acalmar seus medos.

– Como pode nadar aí? – perguntou a Osha. – Não é frio?

– Quando era bebê, mamei pingentes de gelo, garoto. Gosto do frio – Osha nadou para as rochas e saiu da água, pingando. Estava nua, com pele enrugada. Verão aproximou-se com cuidado e a farejou. – Quis tocar o fundo.

– Não sabia que havia um fundo.

– Talvez não haja – ela sorriu. – O que está olhando, rapaz? Nunca viu uma mulher?

– Vi, claro – Bran tinha tomado banho com as irmãs centenas de vezes e também tinha visto criadas nas lagoas quentes. Mas Osha parecia diferente, dura e angulosa, em vez de macia e cheia de curvas. Suas pernas eram só tendões, os seios achatados como duas bolsas vazias. – Tem um monte de cicatrizes.

– Todas elas duramente conquistadas – Osha pegou a camisa marrom, sacudiu dela algumas folhas e a enfiou pela cabeça.

– Lutando contra gigantes? – Osha dizia que ainda havia gigantes para lá da Muralha. Um dia talvez eu até veja um

– Lutando contra homens – amarrou um pedaço de corda em torno da cintura para fazer de cinto. – Corvos negros, normalmente. E matei um, sim – Osha se vangloriou, sacudindo o cabelo. Tinha crescido desde que viera para Winterfell, e já passava das suas orelhas. Parecia mais suave do que a mulher que antes tentara assaltá-lo e matá-lo na mata de lobos. – Ouvi algum falatório hoje na cozinha a respeito de você e daqueles Frey.

– Quem? O que disseram?

Osha dirigiu-lhe um sorriso amargo.

– Que um garoto que caçoa de um gigante é um tolo, e que é um mundo louco aquele em que um aleijado tem de defendê-lo.

– Hodor não chegou a perceber que estavam caçoando dele – Bran respondeu. – Seja como for, ele nunca luta.

Lembrou-se de uma vez, quando era pequeno, a caminho da praça do mercado com a mãe e a Septã Mordane. Tinham trazido Hodor como carregador, mas ele tinha se afastado e, quando foram encontrá-lo, uns garotos tinham-no encurralado numa viela, atormentando-o com paus. “Hodor!”, gritava o gigante, enrolando-se com medo e cobrindo-se com os braços, mas não chegou a levantar uma mão contra aqueles que o atormentavam.

– Septão Chayle diz que ele tem um espírito bondoso.

– Sim – ela confirmou –, e mãos com força suficiente para arrancar do pescoço a cabeça de um homem, se resolver fazê-lo. Em todo caso, é melhor que ele tome cuidado perto daquele Walder. Ele, e você também. O grande a quem chamam pequeno, cá para mim, tem o nome bem dado. Grande por fora, pequeno por dentro, e malvado até os ossos.

– Ele nunca se atreveria a me fazer mal. Tem medo do Verão, não importa o que diga.

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