– Pois veja de novo.
– Do que mais chamaria? Nosso pai está num castelo, e Robb Stark em outro, e nenhum deles
– Assim deve ser – Tyrion sugeriu. – Cada um espera que o outro se mova, mas o leão está quieto, equilibrado, retorcendo a cauda, enquanto o corço está paralisado pelo medo, com as tripas transformadas em gelatina. Qualquer que seja o lado onde saltar, o leão vai capturá-lo, e ele sabe disso.
– E você tem mesmo certeza de que nosso pai é o
Tyrion sorriu.
– Está em todos os nossos estandartes.
Ela ignorou a brincadeira.
– Se tivesse sido nosso pai o capturado, Jaime não estaria parado, garanto-lhe.
– Nem todos podemos ser tão ousados como Jaime. Mas há outras maneiras de ganhar guerras. Harrenhal é forte e está bem situado.
– E Porto Real
– A cidade não cairá em um dia. De Harrenhal até aqui é uma marcha rápida e reta pela estrada do rei. Renly quase não terá tempo de preparar suas máquinas de cerco antes que nosso pai o pegue pela retaguarda. A tropa dele será o martelo; as muralhas da cidade, a bigorna. É uma linda imagem.
Os olhos verdes de Cersei penetraram-no, desconfiados, mas com fome da confiança com que ele a alimentava.
– E se Robb Stark se puser em marcha?
– Harrenhal está suficientemente perto dos vaus do Tridente para que Roose Bolton possa atravessá-lo com a infantaria nortenha e ir se juntar à cavalaria do Jovem Lobo. Stark não pode marchar sobre Porto Real sem tomar primeiro Harrenhal, e mesmo com Bolton não tem força suficiente para fazer isso – Tyrion experimentou o mais conquistador dos seus sorrisos. – Nesse meio-tempo, nosso pai se alimenta da gordura das terras fluviais enquanto nosso tio Stafford reúne recrutas frescos no Rochedo.
Cersei olhou-o com suspeita.
– Como pode saber tudo isso? Nosso pai falou das suas intenções quando o enviou para cá?
– Não. Passei os olhos por um mapa.
O olhar dela transformou-se em desdém.
– Imaginou cada uma dessas palavras nessa sua cabeça grotesca, não foi, Duende?
Tyrion deu um pequeno estalo com a língua.
– Querida irmã, eu pergunto: se não estivéssemos ganhando, teriam os Stark pedido a paz? – puxou a carta que Sor Cleos Frey trouxera. – O Jovem Lobo enviou-nos condições, entende? Condições inaceitáveis, com certeza, mas é um começo, mesmo assim. Quer vê-las?
– Sim – e assim, subitamente, Cersei era de novo uma rainha. – Como é que
– Para que serve uma Mão se não for para lhe entregar coisas?
Tyrion entregou-lhe a carta. A bochecha ainda latejava onde a mão de Cersei havia deixado sua marca.
E também o conhecimento certo a respeito de um informante… Bem, isso era a cereja do bolo.
Bran
A Dançarina estava envolvida em jaezes de lã branca como a neve, adornada com o lobo gigante cinza da Casa Stark, ao passo que Bran usava calções cinza e um gibão branco, com as mangas e o colarinho debruados de veiros. Sobre o coração estava seu broche de prata e azeviche polido em forma de cabeça de lobo. Preferiria o Verão a um lobo de prata ao peito, mas Sor Rodrik mostrou-se inflexível.
Os degraus baixos de pedra detiveram a Dançarina apenas por um momento. Quando Bran a incentivou a avançar, ultrapassou-os com facilidade. Para lá das largas portas de carvalho e ferro, oito longas filas de mesas recém-montadas enchiam o Grande Salão de Winterfell, quatro de cada lado da galeria central. Homens aglomeravam-se nos bancos, ombro contra ombro.
– Stark! – gritavam, pondo-se em pé, enquanto Bran passava por eles a trote. – Winterfell!
Já tinha idade suficiente para saber que não era realmente por