Читаем A Fúria dos Reis полностью

Quando a floresta começou a escurecer, Theon Greyjoy soube que fora derrotado. Ou os cranogmanos realmente conheciam a magia dos filhos da floresta, ou então Osha os enganara com um truque qualquer dos selvagens. Obrigou-os a continuar até o crepúsculo, mas, quando a última luz se desvaneceu, Joseth finalmente ganhou coragem para dizer:

– Isso é inútil, senhor. Vamos aleijar um cavalo ou quebrar uma perna.

– Joseth tem razão – Meistre Luwin concordou. – Atravessar a floresta tateando à luz das tochas não nos trará nenhum proveito.

Theon sentia o gosto da bílis no fundo da garganta, e o estômago era um ninho de cobras que se entrelaçavam e mordiam umas às outras. Caso se arrastasse de volta a Winterfell de mãos vazias, o melhor que faria era, daí em diante, passar a se vestir de retalhos e usar um chapéu com pontas; o norte inteiro iria reconhecê-lo como um bobo. E quando meu pai souber, e Asha

– Senhor príncipe – Fedor fez o cavalo se aproximar. – Pode ser que os Stark não tenham vindo por aqui. Se eu fosse eles, iria pra norte e pra leste, talvez. Pros Umber. São bons homens dos Stark. Mas as terras deles ficam longe. Os garotos vão se abrigar em algum lugar mais perto. Talvez eu saiba onde.

Theon olhou-o com suspeita.

– Diga.

– Conhece aquele velho moinho isolado no Água de Bolotas? Paramos lá quando eu tava sendo levado preso pra Winterfell. A mulher do moleiro vendeu forragem pros cavalos, enquanto aquele velho cavaleiro cacarejava com os fedelhos dela. Pode ser que os Stark estejam escondidos lá.

Theon conhecia o moinho. Até se enrolara com a mulher do moleiro uma vez ou duas. Nada havia de especial no moinho ou nela.

– Por que lá? Há uma dúzia de aldeias e castros a mesma distância.

Divertimento brilhou naqueles olhos claros.

– Por quê? Ora, isso não sei. Mas eles tão lá, tenho um pressentimento.

Estava ficando farto das respostas dissimuladas do homem. Seus lábios parecem dois vermes fodendo.

– O que você está dizendo? Se me escondeu alguma coisa que sabia…

– Senhor príncipe? – Fedor desmontou, e fez sinal a Theon para imitá-lo. Quando ficaram ambos apeados, abriu o saco de pano que trouxera de Winterfell. – Olhe aqui.

Estava ficando difícil enxergar. Theon enfiou impacientemente a mão no saco, apalpando peles suaves e lã áspera. Uma ponta afiada furou sua pele, e seus dedos fecharam-se em torno de algo frio e duro. Tirou do saco um broche em forma de cabeça de lobo, de prata e azeviche. O entendimento veio na hora. Sua mão fechou-se num punho.

– Gelmarr – disse, perguntando-se em quem poderia confiar. Em nenhum deles. – Aggar, Rednose. Conosco. O resto de vocês pode retornar a Winterfell com os cães. Não vou precisar mais deles. Agora sei onde se escondem Bran e Rickon.

– Príncipe Theon – rogou Meistre Luwin –, vai se lembrar de sua promessa? Falou de misericórdia.

– A misericórdia era para hoje de manhã – Theon respondeu. É melhor ser temido do que motivo de troça. – Antes de terem me irritado.




Jon

Conseguiam ver a fogueira na noite, cintilando contra o flanco da montanha como uma estrela caída. Ardia mais vermelha do que as outras estrelas, e não tremeluzia, embora às vezes seu brilho se intensificasse, e outras, se reduzisse a não mais do que uma centelha distante, tênue e pouco luminosa.

Oitocentos metros para a frente e seiscentos para cima, calculou Jon, e perfeitamente colocada para ver qualquer coisa que se mova no passo abaixo

.

– Vigias no Passo dos Guinchos – disse, com um tom de interrogação, o mais velho do grupo. Na primavera da juventude havia sido escudeiro de um rei, e os irmãos negros ainda o chamavam de Escudeiro Dalbridge. – Pergunto-me o que será que Mance Rayder teme.

– Se ele soubesse que iam acender uma fogueira, teria esfolado os pobres coitados – disse Ebben, um homem calvo e atarracado, musculoso como um saco de pedras.

– O fogo é vida aqui em cima – interveio Qhorin Meia-Mão –, mas também pode ser morte – obedecendo a ordens suas, não arriscaram chamas abertas desde que tinham penetrado nas montanhas. Comiam carne salgada fria, pão duro e queijo ainda mais duro, e dormiam vestidos e aninhados uns aos outros, debaixo de uma pilha de mantos e peles, gratos pelo calor dos companheiros. Aquilo trazia a Jon recordações de noites frias passadas havia muito tempo em Winterfell, quando dividia a cama com os irmãos. Aqueles homens também eram irmãos, embora a cama que partilhassem fosse de pedra e terra.

– Devem ter um berrante – Cobra das Pedras observou.

Meia-Mão respondeu:

– Um berrante que não podem soprar.

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