Читаем O manual pratico do vampirismo полностью

   No entanto, talvez o sentimento de impotência com relação a uma situação tão deprimente onde eu era obrigado a chefiar um trabalho inútil e muito mal aproveitado em seus resultados me fez buscar então com muito mais cuidado outras soluções mais humanas para os problemas e sofrimentos humanos. Pude então pesquisar e aprender mais com o «grande Samuel Hahnemann» de que meu pai tanto falava. Paralelamente pude tomar contato com uma enorme quantidade de humanistas, pesquisadores e estudantes da Vida no Universo, que a tradição chama de Alquimistas e Ocultistas. Conheci muitas pessoas ligadas a essas tradições e confesso que nem todas eram boas e bem intencionadas. Mas isso acontece em todos os lugares. Nesse período meus pais vieram a falecer e eu fiquei cada vez mais afastado da minha terra natal e das plantas que tanto caracterizam a região dos Pirineus. Nunca fui um mago ou alquimista, mas o contato com seus documentos me foi muito enriquecedor. Através deles pude desenvolver de forma muito mais profunda minha visão da ciência em geral, principalmente da matemática. Gradativamente fui conseguindo uma independência cada vez maior do primeiro emprego e consegui montar uma farmácia modesta, onde passei a cultivar um círculo de amigos e clientes numa forma muito mais rica e humana. Fui então reduzindo meu período de trabalho na L’Autrec Laboratoires até poder ficar com a tarde e noite livres para minha farmácia e pesquisas individuais.


Um indício desconcertante


   Certa manhã eu estava colocando documentos em ordem no L’Autrec Lab. Quando a gritaria de uma acalorada discussão na sala de atendimento ao público tornou meu trabalho impossível de ser realizado. Fui ver do que se tratava e encontrei uma jovem completamente descontrolada na abertura do guichê de atendimento, reclamava veementemente do tratamento que havia recebido da atendente. Segundo ela, a atendente jogara o dinheiro do troco sobre o balcão quando ela lhe estendera a mão, em vez de entrega-lo delicadamente. O tom de voz da cliente e o grau de tensão que ela transmitia em todo seu comportamento eram indicativos seguros de que ela levaria muito tempo para acalmar-se. Então convidei-a suavemente para entrar e sentar-se em meu escritório. Ela sentou-se e começou a chorar, reclamando ainda dos maus tratos recebidos. Ao sentar-se, no entanto, o exame que ela viera buscar caiu de suas mãos e eu delicadamente peguei-o no chão. Fiquei com medo de entrega-lo de volta e ela achar meu gesto «muito brusco» ou qualquer coisa parecida. Resolvi então sentar na minha mesa e esperar e esperar que a crise melhorasse. Fiquei olhando pateticamente para a folha de papel, tentando me distrair mentalmente para passar o tempo. Fui percorrendo com os olhos a relação de dados, tentando imaginar de quem seria o material colhido para aquele exame. Era um exame de sangue e trazia os seguintes resultados:


EXAMES HEMATOLÓGICOS NO SANGUE


   Nome: Nicholas Jacquier

   Indicação do Dr:. Paul René


   Hemácias 3.300.000 p/mmc

   Hemoglobina 13,00 g/dl

   Hematócrito 36 %

   Volume corpuscular médio 91 uc.

   Hemoglobina corp. média 31 Yy

   Hemossedimentação 34 %

   Westergren w Mm

   Reticulócitos w Mm

   Plaquetas (cont. d reta) w p/mmc

   Global de leucócitos 23.976 p/mmc


   DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS % p/mmc

   neutrófilos Promielócitos 32 2048

   Mielócitos 13 832

   Metamielócitos 21 1344

   Bastonetes 00 00

   Segmentados 12 1920

   Eosinófilos 01 64

   Basófilos 00 00

   Linfócitos 19 4288

   Monócitos 02 128


   A primeira coisa que me chamou a atenção foi o elevado número global de leucócitos, 23.976. Mas a outra coisa, com relação a esse mesmo número é que ele nunca precisa ser dado com tanta precisão, já que é um número estimativo. Qualquer laboratorista teria colocado o número redondo, ou seja, 24.000. Tomei o fato como uma excentricidade do funcionário e um pouco mais abaixo na folha somei os números dos três primeiros neurófilos (promielócitos, mielócitos e metamielócitos): 32 + 13 + 21 = 66. Fiquei um pouco curioso, pois estes três neurófilos só aparecem no organismo em casos de problemas sérios no sangue, como anemia e principalmente leucemia. Não é só isso. Nos casos de leucemia eles aparecem e há evidentemente um aumento no número global de leucócitos (o mesmo que me chamou primeiro a atenção) e uma baixa do número de hematócritos (3.ª linha de dados do exame). Tomei da caneta em cima da mesa e por curiosidade dividi o número global de leucócitos pelo número de hematócritos. 23.976 ÷ 36 = 666. A brincadeira me deu um desagradável arrepio na espinha, e eu não soube identificar claramente o porquê. Afinal, são apenas números de um exame de sangue que constata inegavelmente um estado de leucemia, como qualquer outro.

   E afinal, esses malditos exames na verdade não contribuem em nada para a melhoria efetiva das pessoas. Mas continuei com uma sensação de que alguma coisa me incomodava. 666, o número da besta.[2] 666, leucemia profunda. 66 neutrófilos. 66 leucócitos jovens.

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